sexta-feira, 2 de novembro de 2007

UNIDADE DIDÁTICA: UMA TÉCNICA PARA A ORGANIZAÇÃO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM

O atual modelo de escola capitalista predominante resulta de um intenso movimento sistematizado de produção de conhecimentos e de teorias, onde objetiva compreender, analisar e criticar o trabalho educativo desenvolvido pela instituição escolar, visando à educação formal do cidadão através de opções metodológicas e técnicas definidas por meio de processos e de ambientes criados pelo professor. O ato de ensinar, no que diz respeito à definição de seus métodos e técnicas, apresenta-se como desafio para os profissionais que se dedicam à educação escolar, onde decidir sobre a seleção, organização e o desenvolvimento de estudos e experiências de educação formal constituem-se em tarefa pedagógica complexa para o professor. Um denominador comum desses estudos pode ser encontrado na busca constante de técnicas que possam contribuir para ajudar o professor na definição do ensino que organiza, desenvolve e avalia.
Comênio, no século XVII, já criticava o método de ensino utilizado pela escola e demonstrou empenho em investigar e descobrir um método para ajudar os professores a ensinar tudo a todos. Além dele, destacaram-se posteriormente as teorias pedagógicas produzidas por Herbart, Rousseau, Pestalozzi, Froebel, Willian James, Claparède, Dewey, dentre outros, onde caminharam do papel diretivo do professor na transmissão de uma organização lógica de conhecimentos (Herbart), para a ênfase no processo de orientação da aprendizagem ativa do estudante (Dewey).
(...) cabe ao educador encaminhar suas reflexões para o que ensina, tornar o conhecimento acessível ao aluno (...) cuidar para tornar claras as representações que são trazidas à mente do aluno. (Herbart)
A partir de 1920, multiplicaram-se experiências e estudos fundamentados na concepção de educação democrática e ensino orientado para a atividade de quem aprende através da organização do ensino por meio de planos e de projetos estruturados segundo a idade mental das crianças (alunos).
Segundo Dewey, o professor deve criar condições que permitam ao aluno o contato direto e contínuo com as coisas – só assim a escola atinge sua finalidade educativa. A transmissão de interesses, valores e idéias predominantes sobre o pensar e o agir do homem na sociedade desenvolve, adapta e conduz o aluno ao desenvolvimento e ao progresso social. Assim, entendemos que o conhecimento ensinado não é, nem pode ser, idêntico ao formulado, cristalizado e sistematizado nos livros, uma vez que não está diretamente relacionado à experiência do aluno.
Cabe portanto ao professor, procurar adaptar a matéria de estudo às necessidades atuais da vida individual e social do aluno, partindo de seus interesses e de suas experiências. Nesse caso, ensinar na escola supõe que o professor organize atividades de aprendizagem, visando desenvolver no aluno a percepção cognitiva sobre os conhecimentos específicos, objetos de estudo.
Ensinar significa compreender que a percepção e a aprendizagem do aluno partem do próximo para o distante, do simples para o complexo, do concreto para o abstrato. E ao professor cabe tornar claras, através dos sentidos, as representações trazidas pelo ensino à mente do aluno. Herbart representa essa visão analítica da educação, onde para ele são três os estágios de desenvolvimento das representações: sensação e percepção; memória e imaginação; julgamento e conceitos universais.
O Ensino por Unidades, ou Plano Morrison, expressa uma proposta de organização e desenvolvimento do ensino pelo professor e da aprendizagem pelo aluno, partindo da suposição de que deve haver uma organização intrínseca do material a ser ensinado que melhor se ajuste aos princípios da aprendizagem humana. Dois são os elementos essenciais para o ensino: a unidade, que expressa a organização da matéria de ensino em torno de um aspecto importante do mundo, da vida, de uma ciência, de uma arte; e a adaptação da personalidade do estudante, que resulta de seu processo de aprendizagem. (Cunningham 1960)
O conteúdo (a matéria de ensino) será organizado e apresentado de modo que desperte e mantenha a atividade do aluno até que sejam alcançados os resultados pretendidos na aprendizagem. E essa organização é tarefa fundamental do professor. É ela que oferece vitalidade ao ensino e coloca o professor diante da classe com um objetivo definido e com o processo de aprendizagem predeterminado. (Cunningham 1960).
Por meio da organização intrínseca do conteúdo de ensino, o estudante é colocado em contato com o ambiente para garantir a adaptação da personalidade. Os resultados pretendidos pelos estudos são adaptações subjetivas no sentido de modificação intima de quem aprende. A unidade, para Morrison, só seria realmente unidade caso seu estudo promovesse a adaptação. (Carvalho 1960).
No campo das ciências, essas adaptações significam o entendimento e a compreensão do conhecimento; no campo da apreciação, elas são as atitudes; e, no campo das artes, são as habilidades desenvolvidas pelo aluno. Essas são respostas (manifestações) do comportamento aos estímulos provocados pela situação de ensino organizada (criada). Assim, o produto da aprendizagem é, por certo, uma modificação íntima, subjetiva, cuja correlação externa se traduz na coisa a ser apreendida. (Cunningham 1960)
Planejar uma unidade significa, fundamentalmente, promover a integração das experiências do aluno num todo de conteúdo significativo e selecionar experiências de aprendizagem em um campo unitário.
Em outras palavras, o Ensino por Unidades significa: estruturar o conteúdo numa totalidade coerente; promover adaptações de aprendizagens; desenvolver experiências e estudos de uma maneira que garanta a atuação do conteúdo na vida do aluno.




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