sábado, 10 de novembro de 2007

Estudo 3 Análise do Filme

"11'09''01 - September 11" (2002 - 134m)


11 perspectivas ("11'09''01 - September 11")

Por Eduardo H. Nascimento.


O filme 11 perspectivas ("11'09''01 - September 11"), é um longa produzido por um diretor francês chamado Alain Brigand, que teve a idéia de convidar 11 diretores de diferentes partes do mundo para produzirem um curta metragem de 11 minutos e 9segundos. Cada diretor conta uma história relacionada à data de 11/09/01. Os diretores convidados são: Samira Makhamalbaf (Irã), Claude Lelouch (França), Youssef Chahine (Egito), Danis Tanovic (Bósnia), Idrissa Ouedraogo (Burkina Faso), Ken Loach (Reino Unido), Alejandro González Iñárritu (México), Amos Gitai (Israel), Mira Nair (Índia), Sean Penn (EUA) e Shohei Imamura (Japão).
O que chama mais atenção é o primeiro curta da diretora Samira Makhamalbaf. A história se passa no Irâ em uma pequena vila miserável, onde refugiados afegãos, entre elas muitas crianças, trabalham na confecção de tijolos. Uma professora chega para dar aula, chama todas as crianças para se juntarem em um corredor ali por perto. A professora diz às crianças que uma coisa muito importante havia acontecido naquele dia, e perguntou se alguém saberia do que se tratava. Uma menina responde que dois homens caíram num poço ontem e um deles morreu. Outra criança diz que sua tia foi apedrejada até a morte no Afeganistão pelos talebans.
A professora explica que duas torres foram destruídas nos Estados Unidos, e muitas pessoas morreram e várias ficaram feridas. As crianças não sabiam o que era uma torre, a professora então leva-os até uma chaminé feita de tijolos para exemplificar, e pergunta quem eles achavam que havia destruído a torre daquele país. Uma das crianças responde que foi Deus, outra retruca que Deus não destrói as coisas somente os homens fazem isso. O curta termina com ela pedindo às crianças para fazerem 1 minuto de silêncio em respeito às pessoas mortas naquela tragédia, e as crianças o fazem.
Fora a discussão de teor teológico provocado pelas crianças, o que me chama a atenção e a atitude da professora em provocar reflexões e comoções sobre uma catástrofe ocorrida a milhares de quilômetros dali, sendo que o próprio meio em que as crianças vivem já é bastante catastrófico. Onde mortes e violência são comuns em seus diálogos. Quanto a abordagem da professora, acho interessante quando ela move as crianças em direção à chaminé para explicar o que era uma torre . Até a própria questão de levantar um diálogo sobre o atentado do WTC pode ser interessante, quando é usada como pano de fundo para discussões, de caráter religioso, político, moral e etc.
Em fim, o filme possui uma diversidades de leituras sobre o dia 11 de setembro de 2001, uma delas é o curta de 11 minutos do diretor britânico Ken Loach. Que lembra de outro 11 de setembro no ano de 1973 onde milhares de pessoas morreram no golpe de estado no Chile contra o presidente Salvador Allende, eleito democraticamente e derrubado militarmente com grande participação americana.

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