quinta-feira, 25 de outubro de 2007

analise do filme: O Sorriso de Monalisa - por Aline Martinelli

Filme assistido: “O Sorriso de Monalisa”

Descrição da cena:
A profª. de Historia da Arte mostra alguns slides de obras de Artes e entre eles, há um quadro de Suntine datado de 1925. É uma pintura agressiva e que não constava no programa da disciplina e portanto, as alunas nunca o haviam visto.
As alunas ficam perplexas e um tanto quanto perdidas.
Em seguida, mostra-se dois slides: um com um desenho infantil feito pela profª. quando criança e outro com uma fotografia de sua mãe .
Levanta a questão: o que é arte?
A resposta que vem de uma aluna é que algo é considerado arte quando alguém com conhecimento suficiente sobre o assunto diz que é.
A profª. então questiona quem são essas pessoas “certas” que detém o conhecimento suficiente para considerar algo como arte ou não.
Não há uma resposta definida, as alunas ficam pensativas.

Análise da cena:
Esta cena mostra o quanto o conceito de arte (se é que ele existe), pode ser determinado por um grupo de pessoas, ou pelo menos, aos mais leigos é o que se espera.
Quem determina o que é arte? Um critico de arte? Um espaço num Museu? A mídia?
Como dizia Van Gogh: “Pinto o que sinto e não o que vejo”, esta reflexão é a idéia de arte que mais me aproxima de um “conceito”.
Embora eu acredite que conceituar a arte é uma forma de limitá-la, prejudicá-la, uma vez que sua essência está na subjetividade e percepção de cada indivíduo.
A mesma subjetividade existente no artista está presente no fruidor, portanto este tem o direito (e não o dever) de gostar ou não do que vê, mas tal opinião não resulta num conceito, mesmo que este fruidor seja um erudito.
Por que um urinol de Duchamp é considerado arte e o desenho de uma criança não?
Ambas atitudes, tanto de Duchamp, quanto a da criança, são expressões que representam uma idéia, um sentimento, uma percepção.
Enquanto continuarmos levantando a importância DO QUE É ARTE, estaremos condicionando-a à estigmatizaçäo empobrecedora de um rótulo, o qual muitas vezes, assassina a própria essência artística.
Arte é arte, e ponto final.