Relatório do filme "A Língua das Mariposas"
O filme conta a história de Moncho, um garoto de sete anos ingressando à escola. O filme se passa em uma pequena cidade no interior da Galícia, norte da Espanha durante a Guerra Civil Espanhola (1936 - 1939).
O garoto, com muito medo de estudar, pois seu irmão mais velho havia relatado que os professores eram castradores e batiam nos alunos, teve uma surpresa ao conhecer Don Gregório, seu professor.
Diferente de todos os outros da cidade, Gregório é um professor sensível e aos poucos conquista amizade de Moncho. E a escola se torna um prazer para o menino, sua curiosidade pelo conhecimento aumenta gradativamente ao decorrer do filme, graças aos ensinamentos libertários de Gregório. A escola ultrapassa as paredes de sua estrutura, vai além dos livros metódicos, passando estudo da lingua das mariposas à um casal fazendo amor observados pelos meninos por uma janela aberta. Totalmente diferente do ensino da época.
A cena que marca o filme é a do final(sim, vou estragar o final do filme para todos). Descoberto que Dom Gregório fazia parte do Movimento Anarquista, ele seus companheiros são presos e expostos em praça pública. Era uma coisa típica do governo fascista da Época. E a população que alí estava se reuniu para humilhar e apedrejar os anarquistas. Faziam isso por ignorancia, talvez, mas o medo de ser preso pelo governo e ser submetido a torturas horríveis era muito grande, e isso acontecia a qualquer um que demonstrasse algum tipo de simpatia pelo movimento rebelde. Moncho estava estupefato ao ver o seu professor tão querido ser levado daquela maneira abrupta, ficou observando paralisado. As pessoas diziam coisas como "maldito", "filho da puta", "traidor", e atiravam pedras e tomates sem parar. A mãe do garoto o pegou pela mão, lhe deu uma pedra e o incentivou a fazer o mesmo. Moncho, sem saber muito o que fazer perseguiu o caminhão que levava seu professor, jogou a pedra e ao invéz de xingamentos, gritou: língua de mariposa! Isso significa atirar conhecimento. Ele nunca iria esquecer o que havia aprendido. A questão não é o que se ensina, e sim como se ensina.