quinta-feira, 30 de agosto de 2007

A Escola Hoje

Salas de aula isoladas umas das outras e limitadas em recursos; mesas e cadeiras dispostas em filas; o professor desempenhando a função de dono e entregador principal do conhecimento; a apresentação de informação limitada ao uso de livros-texto e do quadro-negro e quase sempre de forma linear e seqüencial. Neste cenário, o papel ativo é exercido pelo professor; o aluno é um elemento passivo, um mero receptor dos pacotes de informação preparados pelo sistema educacional. Há poucas oportunidades para a simulação de eventos naturais ou imaginários, tanto para aumentar a compreensão de conceitos complexos quanto para estimular a imaginação. O currículo educacional é visto através de uma filosofia compartimentada: o conhecimento humano é dividido em classificações estanques (matemática, geografia, história, literatura, português, língua estrangeira, biologia, física, química, etc.) sem a mais remota possibilidade de ver possíveis inter-relacionamentos entre elas. E, finalmente, o aluno que consegue terminar este tipo de estudo é considerado "formado", pronto para o mercado de trabalho e sem necessidade de estudos posteriores. A quantidade de novas informações disponíveis e com novas formas de acessá-las, o aumento da complexidade dos setores da vida tanto profissional, como pessoal; a necessidade de passar a fazer relacionamentos entre campos do conhecimento antes tratados isoladamente; a cada vez mais necessária reciclagem de profissionais para manterem-se atualizados frente à velocidade das transformações, sugere a preemente necessidade de mudanças nos velhos paradigmas de educação. Como a Escola precisaria ser? A escola precisaria ser principalmente um lugar destinado à aprendizagem, rico em recursos, na qual os alunos pudessem : construir seus conhecimentos segundo estilos individuais de aprendizagem; propiciar atividades pedagógicas inovadoras; desenvolver no aluno a capacidade de pensar e expressar-se com clareza, solucionar problemas e tomar decisões com responsabilidade; E com um currículo; que ofereça uma visão multidisciplinar dos conhecimentos e que valorize outros tipos de inteligência além da lingüística e da lógica matemática; que aumente do uso de novas tecnologias de comunicação.

Vera Lúcia Camara Zacharias é mestre em Educação, Pedagoga, consultora educacional, assessora diversas instituições, profere palestras e cursos, criou e é diretora do CRE.